segunda-feira, 26 de novembro de 2012



Cachoeira deve continuar internado até quinta-feira, afirma médico


Para especialista, a maior preocupação é em relação à parte psiquiátrica.
Contraventor foi hospitalizado na noite de domingo (25), em Goiânia.

Carolina Simiema e Elisângela NascimentoDo G1 GO
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Cesar Leite, médico hematologista que atende Carlinhos Cachoeira em Goiânia (Foto: Carolina Simiema/G1)Cesar Leite, um dos médicos que atendem
Carlinhos Cachoeira (Foto: Carolina Simiema/G1)
O estado de saúde do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, não é considerado grave, mas exige acompanhamento, explicou o médico hematologista Cesar Leite, em entrevista no fim da manhã desta segunda-feira (26). Ele deve permanecer internado até a próxima quinta-feira (28). Para o especialista, a maior preocupação no momento é com a parte psiquiátrica: “Ele está oscilando muito nos momentos de calmaria e agitação”.
Cachoeira deu entrada no Instituto de Neurologia de Goiânia às 22h30 de domingo (25), no Setor Bueno, em Goiânia, com um quadro agudo de diarreia e náuseas. Além disso, ele apresentava sintomas de “estresse acentuado, transtorno de conduta e reação mista depressiva”, de acordo com o boletim médico divulgado por volta das 10h30. Segundo Leite, as únicas visitas permitidas a Cachoeira são da mulher, Andressa Mendonça, e dos filhos. No entanto, segundo o hematologista, o bicheiro não recebeu visitas nesta manhã.
Além do hematologista, Cachoeira também está sendo atendido por um psiquiatra e por um cardiologista. “A situação orgânica, que são as náuseas e diarreia, nós conseguimos contornar. O que mais nos preocupa é a parte psiquiátrica. É uma situação comum em pessoas que ficam em regime prisional. Temos que observá-lo”, explica Cesar Leite.
De acordo com o médico, Cachoeira está bastante debilitado por causa dos 18 kg que perdeu no período em que esteve preso e deverá passar por uma bateria de exames nesta segunda. “Vamos realizar os exames que ele já deveria ter feito há cerca de quatro anos. Ele está muito fraco, emagreceu muito. O Cachoeira envelheceu 5 ou 6 anos em nove meses. Ele está passando por muita coisa, viu a mãe morta, está caindo a ficha dele”, argumenta o especialista.
Morte da mãeNa última sexta-feira (23), Cachoeira visitou o túmulo da mãe em Anápolis, cidade a 55 quilômetros de Goiânia, e, de acordo com familiares, já estava debilitado. No dia, ele precisou tomar soro e fez exames de sangue. O bicheiro recebeu a visita de um médico na casa do pai e voltou para Goiânia no fim da tarde.
Muito emocionado no cemitério, ele chorou ao se despedir da matriarca da família. Maria José de Almeida morreu no dia 16 de abril, aos 79 anos, por falência múltipla dos órgãos, enquanto o filho estava no presídio de segurança máxima de Mossoró, no Rio Grande do Norte.
Acompanhado da mulher, Andressa Mendonça, três irmãos e uma criança, ele permaneceu cerca 10 minutos no local. Na sua cidade natal, Cachoeira passou um tempo com o pai, Sebastião de Almeida Ramos, conhecido com Tião Cachoeira, de 88 anos.
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Cachoeira chora no túmulo da mãe, em Anápolis (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)Cachoeira chora no túmulo da mãe, em Anápolis (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

Também na sexta, o advogado do escritório que defende o contraventor entregou o passaporte dele na 11ª Vara da Justiça Federal.
A entrega do passaporte havia sido determinada pelo juiz Alderico Rocha Santos, responsável pelo caso, ao acolher, em parte, um pedido do Ministério Público Federal (MPF-GO). Cachoeira também não pode sair da cidade sem a autorização da Justiça e está proibido de deixar o país.
Cachoeira é alvo de uma segunda denúncia do MPF, relacionada às investigações da Operação Monte Carlo. A ação da PF resultou na prisão, no dia 29 de fevereiro deste ano, do homem apontado como o chefe de uma quadrilha que explorava jogos ilegais em Goiás e no Distrito Federal.
Após quase nove meses preso, o contraventor deixou o complexo penitenciário da Papuda, na madrugada da última quarta-feira (21). Condenado pela juíza da 5ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal a cinco anos de prisão em regime semiaberto pelos crimes de formação de quadrilha e tráfico de influência, por tentar fraudar o sistema de bilhetagem do transporte público de Brasília, ele foi solto porque tem o direito de recorrer da decisão em liberdade até o trânsito em julgado da ação (quando não há mais possibilidade de recurso).

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