Comandante do cruzeiro que naufragou na Itália é acusado de homicídio culposo
Comandante do cruzeiro que naufragou na Itália é acusado de homicídio culposo
Roma, 14 jan (EFE).- O comandante do Costa Concordia, navio que naufragou na noite desta sexta-feira na costa italiana, próximo à ilha de Giglio, na cidade de Grosseto, foi detido e interrogado pelo procurador chefe da localidade, Francesco Verusio.
Francesco Schettino, de 52 nos e natural de Nápoles, foi ouvido por várias horas por Verusio, após o navio que pilotava e que transportava 4.229 pessoas ter encalhado a 500 metros da ilha toscana.
A promotoria o acusa de homicídio culposo múltiplo, naufrágio e abandono do navio enquanto muitos passageiros ainda se encontravam na embarcação.
De acordo com a imprensa italiana, o comandante deixou o cruzeiro por volta das 23h30 (hora local), quando parte dos tripulantes e dos passageiros ainda aguardavam para serem levados. As últimas pessoas só deixaram o navio por volta das 2h30 e 3h deste sábado.
Outro tripulante do Costa Concordia, o primeiro oficial da ponte de comande, Ciro Ambrosi, também está sendo investigado, de acordo com a imprensa local.
A caixa-preta da embarcação, na qual se encontram as gravações das conversas entre o navio e o porto de Livorno, o mais importante da região, já foi recuperada, informou o procurador chefe.
Verusio disse que o impacto com as rochas aconteceu às 21h45 e que as capitanias dos portos próximos não foram avisadas imediatamente.
De acordo com a primeira reconstituição feita por Verusio, o capitão se aproximou demais da ilha de Giglio, fez uma manobra errada e o lado esquerdo do casco do navio se chocou com as rochas. Em pouco tempo, muita água entrou dentro da embarcação.
De acordo com a companhia proprietária do navio, a Costa Cruzeiros, o comandante Schettino assegurou neste sábado que as pedras não apareciam no mapa que estava no Costa Concordia.
Até o momento, três pessoas morreram no acidente, dois turistas franceses e um peruano membro da tripulação. Entre 60 e 70 passageiros ainda estão desaparecidos, segundo informou o comandante Cosimo Nicastro, do Comando Geral da Guarda Litorânea da Itália.
Nicastro afirmou à imprensa no porto Santo Stefano, o mais próximo à ilha de Giglio, que esses números ainda não são definitivos. Mergulhadores estão realizando buscas no interior da embarcação, que está inclinada a 80 graus e encalhada num banco de areia de 30 metros de profundidade.
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